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O amanhã

Em sua jornada até a foz, um rio qualquer recebe contribuições de vários outros cursos d’água denominados afluentes ou tributários. Em cada uma das confluências entre dois cursos d’água, necessariamente, um deles é estabelecido como o rio principal e o outro como afluente. Daquele ponto em diante, mantém-se o nome do curso d’água principal. E, assim, o processo continua até que o rio principal deságue em outro curso d’água — do qual passa a ser afluente —, em um lago ou no mar. Percorrendo o caminho inverso, pode-se chegar então às nascentes do rio tido como principal. No entanto, é de se supor que, em meio a este labirinto de cursos d’água, esta hierarquização pode eventualmente ter sido estabelecida de maneira equivocada em algum ponto.

Em 2002, a Codevasf atestou que isso ocorreu justamente no maior rio inteiramente brasileiro. Valendo-se dos critérios técnicos e científicos para hierarquização de cursos d’água, o estudo mostrou que o rio estabelecido como principal na verdade é um afluente.

Longe de buscar revisitar a história, este livro se propõe a jogar luz sobre as condições de preservação em que se encontra a nascente geográfica — enquanto, sabemos, a nascente histórica deste icônico e fundamental rio brasileiro segue devidamente protegida pelo Parque Nacional da Serra da Canastra.

Da mesma forma, hoje sabedores de como os municípios circunvizinhos ao parque — notadamente São Roque de Minas — se diversificaram economicamente e se beneficiaram da proteção e conservação do território, indagamo-nos sobre como Medeiros também tiraria proveito da criação de uma unidade de conservação no entorno da nascente geográfica e do fomento ao ecoturismo na região.

Que este livro possa ser mais uma força a impulsionar a preservação da nascente do rio Samburá e para gerar melhorias econômicas, sociais e ambientais para Medeiros e região.