O São Francisco é um dos mais importantes cursos d’água do Brasil e é considerado o rio da integração nacional. A diversidade de cenários, biomas, culturas e usos caracterizam essa bacia hidrográfica que abrange 7,5% do país.
Maior rio totalmente brasileiro, o Velho Chico, como é conhecido, tem 2.863 km de extensão e uma área de 639.219 km² — tendo-se como referência os dados oficiais a partir da nascente histórica, localizada na Serra da Canastra, região Sudoeste de Minas Gerais. O curso d’água escoa no sentido sul-norte pela Bahia e Pernambuco, quando altera seu curso para leste, chegando ao Oceano Atlântico pela divisa entre Alagoas e Sergipe.
A bacia perpassa sete unidades da federação: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal.
O Cerrado cobre praticamente metade da área da bacia — de Minas Gerais a oeste e sul da Bahia. Já a Caatinga predomina no nordeste baiano, onde o clima é semiárido, com baixa umidade, pouco volume de chuvas e longos períodos de estiagem. Exemplares de Mata Atlântica ocorrem no Alto São Francisco, principalmente nas cabeceiras e nas faixas costeiras de Sergipe e Alagoas.
Cerca de 180 espécies de peixes vivem nas águas do Velho Chico. Deste total, 160 são conhecidas, 158 já foram registradas e 18 encontram-se em processo de extinção. Os mais famosos e apreciados pela culinária são o dourado e o surubim.
Existem muitas comunidades tradicionais na bacia hidrográfica: os vazanteiros ou lameiros, os quilombolas, as comunidades dos fundos e os fechos de pasto. Os povos indígenas e os pescadores também são alguns dos povos que habitam a região e sobrevivem do rio. O principal conflito registrado por essas comunidades diz respeito ao acesso à terra e à distribuição e uso dos recursos hídricos. Todo esse cenário plural, complexo e conectado constitui e tão bem define a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.